segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Os nossos concelhos vizinhos

Do Blog do Paulo Pascoal, COUSAS DE ANTANHO E DE AGORA,copiei este seu post


Os nosso concelhos vizinhos



Este fim-de-semana, mais propriamente no Domingo, eu e a minha família fomos dar um passeio. O dia estava bonito, apetecia passear! Não foi preciso ir para muito longe, Trás-os-Montes tem muitos recantos para serem descobertos. Bastou fazer uma pequena visita aos nossos Concelhos vizinhos de Mirandela e Macedo de Cavaleiros. São dois concelhos que nos últimos 15/20 anos souberam encontrar estratégias para atrair os turistas e deixar dinheiro nesses concelhos. Não quero com este texto melindrar nenhum poder político instituído mas o que tem de ser dito, tem de ser dito e a realidade está às vistas. O Concelho de Macedo de Cavaleiros por exemplo tem um posto de turismo que é por excelência a porta de entrada para qualquer pessoa que queira visitar aquela região. A primeira coisa que fizemos quando entramos no Posto de Turismo foi informarmo-nos do que havia no Concelho, depois de uma explicação breve dada por uma funcionária simpática tivemos acesso a panfletos, desdobráveis, livrinhos e 2 ou 3 postais, onde ficamos logo a saber que têm um roteiro museológico de 7 museus espalhados pelas aldeias do concelho com temáticas muito diferentes que vão desde a arte sacra e arqueologia ao azeite e Folclore, ficamos a saber que têm uma rota dos pelourinhos e do azeite, ficamos a saber quais os restaurantes e as especialidades gastronómicas da região. Temos acesso a uma agenda cultural onde notamos que a actividade cultural do concelho não acontece apenas nos meses de verão, mas durante todo ano. Ficamos a saber que, como eles têm um espaço digno para espectáculos de teatro podem trazer a Macedo artistas que de outro modo só se poderiam ver em Vila Real ou Bragança. Ficamos a saber que nessa mesma agenda cultural são divulgadas (incentivando assim) todas as actividades culturais e desportivas das associações (que são muitas). Através desta agenda cultural também ficamos a saber que o município de Macedo se preocupa por dinamizar as aldeias pondo-as na rota cultural e desportiva do Concelho, onde para isso se criou uma associação (Potrica – Associação Cultural do Nordeste Transmontano) que se dedica a incentivar, promover e divulgar eventos culturais no Concelho e fora dele. Para além desta divulgação no posto de Turismo, O município Macedense tem um Site onde não se limita a dar notícias e informação do que o Município faz ou tem, é acima de tudo um sítio onde a informação cultural, desportiva, turística e gastronómica tem destaque, privilegiando e apoiando a divulgação da gastronomia, cultura e desporto do Concelho de Macedo de Cavaleiros.


O trabalho que os municípios nossos vizinhos de Macedo de Cavaleiros, Mirandela e até Vinhais, têm desenvolvido em prol do turismo, não é feito em cima do joelho, foram necessários 15 ou 20 anos para que as coisas funcionem com qualidade. A qualquer altura do ano se vê gente nas ruas de Mirandela ou de Macedo, turistas que visitam aquelas terras deixando lá dinheiro, fomentando-se o negócio. Em Vinhais por exemplo, caminha-se a passos largos para esta auto-sustentação baseada num turismo de qualidade com o parque biológico da vila. Ou seja, não basta pensar em desenvolvimento à base do betão e promover uma ou duas feiras gastronómicas. Se não promovermos um turismo sustentável que se centre na divulgação e apoio do que se faz e do que se tem no nosso Concelho, corremos o risco de perder competitividade em relação aos outros concelhos vizinhos. Os turistas que vêm visitar Trás-os-Montes vão a Mirandela, Macedo, Bragança, Miranda do Douro, Vinhais ou Chaves e acabam por esquecer Valpaços que, tirando os dias de aulas, a Feira do Folar, o mês de Agosto e o inicio de Setembro com a festa, parece uma cidade fantasma, pouco ou nada mais há divulgado, que mantenha por aqui as pessoas.


Nestes últimos 15/20 anos o Concelho de Valpaços evoluiu sim, não o nego, ao nível dos acessos temos melhores estradas, ao nível social fez-se um grande investimento em novos centros de dia e lares, ao nível energético com investimento nas mini-hídricas, ao nível do bem-estar, foram feitos alguns jardins e parques e por aí fora… Falta a meu ver cuidar melhor do nosso património histórico e paisagístico, falta criar condições e estratégias para cativar o turismo para o nosso concelho ao longo de todo ano, falta criar um programa cultural diversificado que passaria por ter um espaço nobre vocacionado para as apresentações de teatro e outro tipo de espectáculos, falta envolver mais as associações do Concelho dando-lhes incentivos numa tentativa de encontrar uma plataforma de entendimento vocacionada para o turismo e para uma maior divulgação da cultura, desporto e outras iniciativas que aqui se produzem. Resumindo, falta agarrarmos com unhas e dentes a oportunidade de mostrar aos outros que também temos e fazemos coisas boas e com muita qualidade, para que quando as pessoas vieram visitar Trás-os-Montes, alguém lhes tenha dito ou de lerem em algum sítio que afinal no Concelho de Valpaços também temos paisagens bonitas e bem tratadas, que temos uma gastronomia de qualidade, que temos muitas igrejas e monumentos centenários para visitar, que temos e poderíamos mostrar semanalmente a nossa cultura num espaço de qualidade (se existisse). Mas para isso a autarquia terá mudar radicalmente a maneira de olhar para o Concelho, olhando-o como um todo, envolvendo todas as freguesias na divulgação e na criação de um programa cultural, desportivo e gastronómico.
Publicada por Paulo Pascoal em 02:49

domingo, 26 de setembro de 2010

Passeio Domingueiro




Hoje, e porque o dia estava bom fomos ate às margens do Lago de Varese em Gavirate




















No regresso apercebemo-nos que havia magusto lá para os lados do Poggio e rumamos até lá



EU fiquei-me por uma dose de castanhas (mais ou menos 20) e um "bicchiere di vino" que é como quem diz : um copo de tintol...


O pessoal labesteirava-se , espalhado pela relva, apanhando este primeiro sol do outono que é ao mesmo tempo o último sol do verão. ...É que o inverno está à porta







quinta-feira, 23 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quem se Lembra?

Alguem sabe ou ainda se lembra do significado deste termos que eu ouvia quando era crianca?
Noutro post futuro porei o significado...
Acaijo
Arreguilar
Beldro
Bocha
Chamorro
Cirondo
Desnocar
Embude
Esganar-se
Fioco
Galelo
Improsmeiro
Joga
Lambisqueiro
Limaco
Marelo
Môcho
Nomeada
Pêto
Pota

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Curiosidade

Foto "desviada" do blog do amigo Jose Coroado





sábado, 18 de setembro de 2010

UM PRESENTE PARA A PRIMA

Nota Prévia de Aviso aos Leitores: Em tempos, pensei em escrever uma série de histórias finalizadas, cada uma delas, com uma receita de culinária. Algumas ja estão prontas. São “estórias” sem história e as receitas apenas servem para lhe dar algum sentido. Direi que não é mais que uma brincadeira em torno do personagem por mim inventado a que dei o nome de João Serapico e que qualquer semelhança com pessoas ou factos será por mera coincidência.
Dito isto, passo a partilhar convosco uma dessas histórias


Um Presente para a Prima

Depois de almoçar os pi-pis, João Serapico, resolveu tirar o resto do dia por sua conta a prazo e risco ao meio. Estava farto de se pentear com risco ao lado. Iria portanto aproveitar ao máximo a boa disposição com que acordara.

Dirigiu-se ao banco do jardim mais próximo para levantar alguns contos de reis, não se importaria muito se fossem de fadas, porque, em questões de massa, só não gostava era da massinha de cotovelos. Mania que tinha, havia muito tempo, de embirrar com tudo o que fossem ângulos, curvas e esquinas porque, sempre que tentara e por mais esforço que fizesse, nunca conseguira dobrar a esquina duma rua, e isso marcava-o muito. E, além disso, sempre que se lhe deparava um ângulo havia de aparecer sempre aquela tipa chamada Bissectriz com quem ele tivera dois ou três casos, inflizmente fortuitos, o que lhe deixou sempre aquela dor de massinha de cotovelo.

Cacau no bolso, levava também o leite e o açúcar, ia prevenido para o lanche, copo não era preciso porque aproveitaria o primeiro copo d’água que encontrasse, resolveu João Serapico passar o resto da tarde deambulando pela cidade e as serras, talvez encontrasse o amigo Acácio.

Encontrou-o quando já caía a noite, porque, como ele tinha-se protegido na mesma estação de metro para evitar que lhes caisse em cima. E logo ali entabularam aceso diálogo. E tão aceso foi que a sua extinção só foi possível por decreto governamental. E isto porque ambos se lembraram de puxar de um cigarro e acendê-lo ao mesmo tempo.

Só depois de se certificarem que a noite já estava bem caida é que começaram a subir a escada da estação, com muito cuidado para não pisarem os pobres pedintes que por ali estendiam a mão à Caridade. E se já assim, coitados, a Caridade raramente lhes apertava a mão, quanto mais se tivessem os olhos pisados. Pensaria logo que eram uns malandros, que passavam as noites na farra. Pois olhos pisados so poderiam ser de noites mal passadas a ferro.

Já na rua João e Acácio decidiram ir jantar juntos e depois logo se veria.

Escolheram um restaurante médio atacante, tipo Selecção nacional onde optaram por comer uns carapaus de corrida. Sempre era uma maneira de se irem mantendo em forma e de tentar melhorar os tempos olímpicos. Vinho escolheram um da lista, ou melhor listas, verdes e brancas, porque, sempre que os dois amigos se encontravam, era com essa cor que costumavam pintar a manta. Saiu, portanto, um verde branco bem fresquinho.

Durante a refeição discutiram sobre diversos assuntos quer da política internacional em geral quer da nacional em particular abordando também os problemas futeblísticos que mais interessavam à nação.


Acabado que foi o jantar pediram a conta e pagaram as favas, o que os incomodou bastante, pois para além dos carapaus e do vinho apenas tinham comido umas azeitonas. “Que fossem à fava rica!”.

Sairam. Como ainda era muito cedo resolveram meter-se num cinema. Viram uma coisa ligeira que, apesar de ambos terem carta de pesados, sempre era mais cómodo.

À saida vinham acompanhados por duas pulgas que eles despacharam logo no primeiro cão que encontraram, tendo eles apanhado um taxi.

Já na rua é que João Serapico se lembrou que a prima Glória fazia anos no dia seguinte. Tinha de comprar qualquer coisa para lhe oferecer. Mas por causa das favas, que tiveram que pagar e não comeram, Serapico ficou quase sem dinheiro.

- Bem vê Amigo Acácio, é uma maçada, amanhã é sabado, os bancos estão fechados e o pouco dinheiro que tenho já não dá para comprar nada decente para oferecer à minha prima Glória que amanhã faz anos.
- E se com o pouco que nos resta, tentassemos a sorte no casino? – Alvitrou Acácio – Há dias de sorte!
- Talvez não fosse má ideia.

E foram.

No casino experimentaram o poker de cartas, mas só lhes saiam quadras de Natal, o que já estava bastante fora de época. Assim, João Serapico nao compraria o presente de anos à prima Glória.

Foi então que se lembrou e segredou a Acácio:

- E se levassemos a banca à Glória?
- Boa ideia - concordou Acácio – Talvez ela goste.

Eram três da manhã quando, pegando cada um de seu lado, saiam do casino e levavam a “Banca à Glória”.

Era já tarde quando João Serapico se levantou. Não dormira quase nada, só a pensar nas favas que tivera de pagar e que não comera . Ainda bem que mesmo ali em frente, do outro lado da rua existia uma velha tasca que fazia umas favinhas que eram de comer e chorar por mais.

Era isso mesmo. Iria até lá e comeria um pratinho de “Fava Rica”.


FAVA RICA

A fava rica é um alimento simples mas muito nutritivo.

A Fava Rica é preparada com favas secas.
Escolhem-se as favas rejeitando aquelas que tiverem gorgulho e põem-se de molho em água e sal de um dia para o outro. Assim amolecidas põem-se ao lume a ferver com água e sal até que fiquem tão macias de modo a poderem ser esmagadas com um garfo.

Servem-se temperadas com bom azeite e alho cortado muito miudo.






Este Belo Prato de favas surripiei-o eu do Blog Vilarandelo - Um dia uma Imagem gerido, e muito bem, pelo amigo Jose Coroado

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Historias de Vida

Carla anda pelos 20 anos de idade e prostitui-se. O sorriso inocente, o corpo esguio e a pequenez dos seios fazem com que pareça uma miuda de 15. É morena, magra, tem cabelo e olhos negros. É uma rapariga esbelta mesmo sem ser bonita.

Na casa de passe onde transcorre as noites é de todas a mais procurada, sendo mesmo obrigada a recusar clientes, podendo, por isso, dar-se ao luxo de ser ela a escolher com quem há-de ou não ir para a cama. Mas há uma pessoa a quem ela nunca diz que não e que ansiosamente espera pela sua visita. Visita essa que tendo começado por ser semanal acabou por se tornar mais assídua, de duas ou três vezes por semana e nunca falhando ao sábado.

Tiago também ronda os 20 anos de idade, ainda imberbe e com aquele sorriso de puto malandro até parece que só tem 16 ou 17 no máximo. É por ele que Carla espera todos os dias, porque é com ele e só com ele que ela faz amor. O resto faz farte do seu penoso trabalho.

Carla e Tiago gostam imenso um do outro. Eles não sabem bem se, esse gostar tanto é amor ou se é a atracçao impulsiva do prazer que mutuamente se concedem e que os faz ansiar por esse fugaz encontro. Se é verdade que Carla não lhe cobra nada e que sempre lhe repete que com ele é que faz amor e só com ele é que consegue atingir o clímax do acto sexual, também não é menos verdade que Tiago quase sempre traz qualquer coisa para lhe oferecer, pequenas lembranças como chocolates e coisas do género. Serão pequenas provas de um grande amor?

Mas se Tiago gosta assim tanto dela porque é que nunca, nem por uma só vez, uma única que fosse, a foi ali buscar para a levar a passear, a almoçar ou jantar ou até mesmo para tomarem um simples café? Porque é que nunca fala dela aos amigos? Em vez disso ela nunca perde o ensejo de forçar encontros com ele, aparecendo como que por acaso num qualquer dos paradeiros que Tiago frequenta e nessas ocasiões ele limitou-se a comprimentá-la quase a medo e com algum embaraço, isto sem contar com as que fez de conta que a não viu.

Porque?

Porque não pareceria bem que um respeitável rapaz, como ele, se enamorasse de uma mulher da vida, de uma prostituta. Que justificação arranjaria para dar aos seus amigos?

Só o velho Joaquim Carvalho é que notou que ali, entre aqueles dois, havia uma certa empatia. O Carvalho era um pobre cinquentão com ligeira deficiência mental que passava os dias ociosos de café em café cravando cigarros, mas só aos amigos, como ele dizia e que, depois de se aperceber da tal atracção, melhor pretexto não podia arranjar para ir cravando uns cigarrinhos a Tiago. Dizia-lhe sempre que por cada cigarro que lhe desse mais sorte teria com Carla.

Carla, da sua paixão, falava com as amigas. Mais que da paixão falava das suas ilusões. Do sonho de um dia deixar aquela vida, de ter uma casa e de ser para sempre de um só homem, do seu Tiaguinho. Carla sonhava e quando sonhava sorria bonito.

Houve um sábado que Tiago não apareceu. Outro e mais outro e muitos mais sem dar sinal de vida.

Tiago desaparecera definitivamente.

Anos mais tarde, já noutra cidade e bem longe do local onde se conheceram, Tiago encontrou o velho Carvalho que lhe garantiu que Carla tinha morrido atingida por uma bala perdida num confronto entre bandas rivais.

Tiago não acreditou em nada dessa história até porque pouco tempo depois encontrou uma das amigas de Carla que lhe disse que ela tinha continuado a prostituir-se e que se tinha tornado na mais triste das pessoas daquela casa de passe e que nunca mais ninguém a tinha visto sorrir.

Tiago deixou cair uma lágrima ao saber que Carla nunca mais sorriu bonito.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

De regresso

Após prolongada (?) ausência cá estou de volta às lides “blogueiras




Cenário para representação da “Opera Carmen de Bizet” na Arena de Verona